Desde que Ana Hickmann e sua equipe passaram um verdadeiro terror dentro de um hotel em Belo Horizonte, parece que o pesadelo não tem mais fim. Giovana Oliveira, que é cunhada da apresentadora e foi baleada no atentado cometido pelo fã Rodrigo Augusto de Pádua, ficou revoltada ao descobrir que o promotor de justiça responsável pelo caso, Francisco Santiago, pediu de 6 a 10 anos de prisão para o seu marido, Gustavo Corrêa, que matou o crimonoso para defender a si e a apresentadora.
“Essa decisão do promotor foi uma grande surpresa pra nós. O delegado já tinha dado legítima defesa e acreditamos que, por esse lado, o caso tinha sido encerrado. Quando veio a notícia que o Guto estava sendo acusado foi uma tristeza muito grande, junto com uma imensa indignação. Infelizmente ele não teve outra opção senão atirar pra salvar a vida dele e a nossa. A perícia técnica comprova que os três tiros foram sequenciais, que ele atirou no susto, e não teve tempo de pensar o que estava fazendo”, explica ela.
Giovana estava no local do crime porque é assessora de imprensa de Ana, além de ser casada com o irmão de Alexandre Corrêa, marido da apresentadora. Ela se lembra que, quando Rodrigo deu o tiro, o maior susto foi com o barulho e ela nem mesmo havia percebido que tinha sido baleada, mas sentia uma dor intensa na barriga e na perna.
“O Júlio, cabeleireiro, me tirou de lá arrastada, me levou pelo elevador de serviço e me deixou na calçada enquanto buscava um táxi porque o hotel não chamou uma ambulância. Eu não tinha noção de onde o tiro tinha me atingido. Só me lembro de ter muita dor e chegar no hospital já vendo tudo branco e preto e pedindo pra não me deixarem morrer. Acordei na UTI sem saber onde estava e o médico me informou que a bala atravessou meu braço esquerdo, perfurou 9 vezes meu intestino e que isso já tinha sido operado”, conta.
A assessora ainda lembra de ter acordado da cirurgia e ver Gustavo completamente atortoado com o que havia acontecido. Casada há 4 anos com ele, Giovana diz que os dois conseguiram se reestruturar psicologicamente com a ajuda de familiares, amigos e até pessoas que eles nem ao menos conheciam.
“Claro que tivemos muitos momentos de ‘vamos parar tudo e nos enfiar em um buraco’, medo de pessoas estranhas, de voltar a vida ao normal. Até hoje vamos ao psiquiatra, tomamos remédio e praticamos mindfulness – técnica de meditação – todo esse conjunto fez a gente se reerguer.”
Feminicídio
Nos últimos anos, o feminicídio esteve em pauta por toda a mídia como um crime que vem sendo constantemente praticado e ainda sem uma lei que proteja de verdade as mulheres. Diante deste cenário e já tendo sofrido com isso, Giovana fala que se sente desprotegida, já que o número de casos de violência contra a mulher são assustadores. Ela ainda endossa que as autoridades não estão preparadas para lidar com este tipo de crime corretamente.
“Depois do que eu passei, faço um exercício mental pra não ficar neurótica quando estou no escritório, em um restaurante, evento do trabalho, achando que a qualquer momento pode entrar uma pessoa armada do nada e me ameaçar novamente. Acredito muito na sororidade, essa palavra agora tá na moda, e tem um significado tão verdadeiro. A gente precisa se ajudar. As mulheres precisam cuidar uma das outras.”
Quando Giovana fez sua última cirurgia, recebeu a notícia que a bala que atingiu sua barriga e parou na perna continuaria por ali, possivelmente, para o resto de sua vida. Os médicos a explicaram que um novo procedimento poderia ser perigoso por romper algum vaso e que ficar com a munição no corpo não lhe traria problemas.
“Fiquei em choque, fui me acostumando aos poucos, mas o pior não é a bala e sim as cicatrizes que ficaram na barriga e nas pernas. Isso ainda é um trauma que estou tentando superar. Me olhar nua no espelho todos os dias ainda é muito difícil”, lamenta.
Por fim, a assessora acredita que este tipo de decisão do promotor, que dá mais voz a um criminoso do que alguém que estava defendendo a família, seja para chamar a atenção da mídia de uma maneira errada, ligar os holofotes onde o jogo já está com o resultado dado.
“Os laudos técnicos estão aí pra comprovar que os tiros foram sequenciais e como o Guto ia pensar se seria só 1 tiro ou 2? É muita falta de sensibilidade da promotoria com as duas famílias que sofrem ainda mais cada vez que há uma audiência”, finaliza.
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