Príncipe Harry fez terapia para sair do ‘caos’

Príncipe Harry (Foto: Getty Images)Príncipe Harry (Foto: Getty Images)

A vida de um príncipe parece muito mais fácil do que é na realidade. Recentemente, o príncipe Harry comentou sobre como precisou fazer terapia depois de passar por alguns anos ‘cheios de caos’, há algum tempo.


Agora com 32 anos, o irmão do príncipe William disse que está bem, mas que a vida pública e a morte da sua mae aos 12 anos tiveram um efeito e tanto na sua vida profissional e na sua saúde mental.


“Eu passei a maior parte da minha vida falando ‘Eu estou bem’… E muitos de nós não estão prontos para ir tão fundo assim. Então, hoje eu falo ‘Estou ok. Estou um pouco nervoso. Eu estou com um pouco de aperto no peito, mas fora isso está tudo bem’”, comentou no podcast Mad World.


Harry, que atualmente namora a atriz Megghan Markle, comentou que por muito tempo evitou pensar na mãe e em tudo o que aconteceu quando era mais novo porque achava que não fazia sentido remoer acontecimentos passados, mas o efeito foi o contrário: evitar olhar para os seus sentimentos fez com que ele se fechasse para o mundo e não aprendesse a lidar de maneira saudável com o que sentia e com as pressões de uma vida pública. Não à toa, a juventude do príncipe foi marcada de polêmicas.


Por isso, quando tinha 28 anos, ele decidiu procurar ajuda com um profissional e recebeu todo o apoio do irmão e sua família. Harry passou a se encontrar com um terapeuta e usou o boxe como uma forma de extravasar. E o resultado indica, até mesmo, que ele pensa em levar o seu relacionamento com Meghan para o próximo patamar.


“Por causa do processo pelo qual venho passando nos últimos 2, 3 anos, eu agora consigo levar o meu trabalho a sério, levar a minha vida pessoal a sério e colocar todo o meu esforço naquilo que realmente faz a diferença”, disse. “Não importa quem você é, a conversa precisa ser o começo dessa mudança”.


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Tisana: infusão de ervas aumenta a imunidade e ajuda a emagrecer

Beleza;Nutrição;Chá;Poção mágica (Foto: Getty Images)(Foto: Getty Images)

A última novidade no universo das dietas é saborosa, perfumada, não tem calorias e ajuda a fortalecer o sistema imunológico. As tisanas nada mais são do que as tradicionais infusões de duas ou maos ervas. A diferença para um chá tradicional está na combinação entre elas. “A bebida mistura uma variedade de plantas com efeitos similares, o que ajuda a potencializar sua ação, de acordo com o objetivo de quem toma”, explica Béatrice Bonin, especialista em aromaterapia e fitoterapia da Pharmacie de l’Époque, em Paris, onde a bebida virou febre. O endereço ganhou fama pela tisana orgânica de primavera, que combina freixo, alecrim, alcaçuz, erva-doce, videira vermelha e amor-perfeito selvagem – o mix de ervas favorito das parisienses para desintoxicar o organismo depois dos excessos de gordura e açúcar típicos do inverno.


Originárias da China, as tisanas são consumidas há quase três milênios, mas, ao contrário dos chás comuns, não têm um pingo de cafeína. “Nas tisanas, não se utilizam as folhas da Camellia sinensis, da qual obtemos os chás verde, branco e preto, que contêm cafeína. No lugar delas, utilizam-se outras plantas, que têm finalidades terapêuticas, como aliviar dores, auxiliar a digestão e a diurese e até emagrecer”, explica a nutricionista Thalita Longo, da Clínica Seven, de São Paulo. Sozinhas não fazem milagres, mas podem ser boas aliadas para diminuir inchaços, reduzir a absorção de gordura e reforçar a saúde. “O ginseng é muito bom como base para as tisanas de emagrecimento, enquanto o rooibos, considerado o novo chá verde, é um ótimo antioxidante”, diz a naturopata francesa Angèle Ferreux­Maeght. Pedimos a ela receitas de tisanas para diferentes objetivos. Confira a seguir.

Beleza;Nutrição;Chá;Poção mágica;Ginseng (Foto: Thinkstock)Ginseng (Foto: Thinkstock)

Para perder peso
Misture o ginseng, conhecido diurético, com gengibre, dente-de-leão ou ulmeira, que têm ação detox. Tome de 5 a 6 xícaras ao longo do dia, uma hora antes das refeições. Modo de preparo: Ferva 1 litro de água e adicione 1 colher (sopa) de ginseng, 1 colher (chá) de gengibre ralado e 1/2 limão em rodelas. Abafe por 10 minutos.

Beleza;Nutrição;Chá;Poção mágica;Alecrim (Foto: Thinkstock)Alecrim (Foto: Thinkstock)

Para fortalecer o organismo
Ervas como tomilho e alecrim, misturadas com laranja e cogumelos, têm alto poder antialérgico. Beba 3 xícaras por dia, 20 minutos antes das refeições. Modo de preparo: Junte 1 ramo de alecrim, 1 ramo de tomilho, 2 rodelas de laranja e 1 colher (sopa) de shiitake seco ou em pó na água fervente e abafe por 10 minutos.

Beleza;Nutrição;Chá;Poção mágica;Rooibos (Foto: Thinkstock)Rooibos (Foto: Thinkstock)

Para melhorar a aparência da pele
Combine rooibos, cúrcuma e frutas vermelhas para uma tisana rica em antioxidantes. Beba até 4 xícaras por dia, meia hora antes das refeições. Modo de preparo: Faça um chá com 1 colher (sopa) de rooibos e 1 colher (chá) de cúrcuma. Em seguida, acrescente água fria, 1 punhado de frutas vermelhas e 1 colher (sopa) de chia. Abafe por 2 horas.


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Travesti na novela das 9, Silvero Pereira se sente bem como homem ou mulher

Silvero Pereira fala sobre Nonato de A Força do Querer e as questões LGBT (Foto: Globo/Maurício Fidalgo)Silvero Pereira fala sobre Nonato de A Força do Querer e as questões LGBT (Foto: Globo/Maurício Fidalgo)

Silvero Pereira se define como uma pessoa que não gosta de se “encaixotar”. Livre de preconceitos e firme em suas opiniões, ele não deixa que ninguém o coloque para baixo. “Ser chamado de ‘viado’ e ‘traveco’ para mim é motivo de orgulho”, diz ele em entrevsita. Cearense de Mombaça, uma cidade de 50 mil habitantes, o ator de 35 anos – filho de operário e mãe lavadeira – é casado há nove com um dramaturgo, mas teve várias namoradas na adolescência.  


Foi pensando em defender atores transexuais e travestis que Pereira montou a companhia teatral AsTravestidas. Defensor dos direitos da comunidade LGBT, ele acredita que é preciso lutar por leis que defendam a todos: “Se não, vamos acabar revelando que o Brasil se finge democrático e libertário, mas é assassino e violento.”


Como tem sido a repercussão de seu personagem na novela?
SILVERO PEREIRA Faço teatro há 18 anos. Construí uma trajetória artística e política muito importante. Há 15 anos, me dedico às questões LGBT, de travestis, transexuais e transformistas, e  ganhei notoriedade, mas, claro, tudo isso está muito longe do que uma novela das 9 consegue proporcionar. Não consigo mensurar o tamanho disso tudo. Estou em cartaz em São Paulo com a peça “Brtrans“, e, outro dia, andando pela Avenida Paulista, pela primeira vez as pessoas me abordam para falar sobre o Nonato, meu personagem na novela. Nas redes sociais, tenho um Instagram bem ativo e, às vezes, entro ao vivo. Quando isso acontece, sempre aparece uma pessoa que decide me agredir. Reajo politicamente.


O que chama de reagir politicamente?
PEREIRA – Quando tentam me chamar de “viadão”, “traveco”, palavras que podem ser consideradas depreciativas e insultos, eu rebato dizendo que, para mim, elas são motivo de orgulho, adjetivos bem positivos. Esse tipo de atitude faz com que eu acabe levantando essa bandeira para outras pessoas que, no dia a dia, são agredidas e até espancadas. Costumo dizer: “Respondam [às agressões] e se sintam orgulhosas pelo que são”. É muito fácil julgar uma travesti que está na esquina se prostituindo. Mas qual a história dela? Precisamos nos aprofundar nessas questões, sair da superficialidade para entender o que ela sofreu desde criança. Ela está na rua tentando sobreviver.

Leandra Leal e Silvero Pereira na Parada do Orgulho LGBT, neste domingo (18) (Foto: Reprodução Instagram)Leandra Leal e Silvero Pereira na Parada do Orgulho LGBT, neste domingo (18) (Foto: Reprodução Instagram)

Quando decidiu ser ator?
PEREIRA – Minha irmã Cristiana e eu costumávamos brincar de show de calouros. Desde pequeno, gostava de me fantasiar. Trancado no banheiro, me sentia seguro para me expor, pois, sozinho, podia brincar com minhas fantasias. Alguns amigos na infância, principalmente as meninas,  compreendiam minha inclinação para as artes e participavam das minhas invenções. Mas só fui saber o que era teatro quando me mudei para Fortaleza, aos 17 anos. Quando assisti a primeira peça de teatro, descobri o que queria fazer na vida.

Silvero vive a travesti Elis Miranda em A Força do Querer (Foto: Fábio Rocha/TV Globo)Silvero vive a travesti Elis Miranda em A Força do Querer (Foto: Fábio Rocha/TV Globo)

Quando você contou à sua família que era homossexual?
PEREIRA –
Esse sempre foi um assunto difícil de falar com minha família, mas, de maneira natural, eles compreenderam que não podiam exigir de mim questões heteronormativas. Não podiam exigir namoradas, casamento, filhos, algo que eles tentaram  durante minha adolescência. Depois que me reconheci de fato, não permiti que ninguém interferisse em minha construção. 


Você se relacionou com meninas?
PEREIRA – Durante toda a minha adolescência, todas as minha relações foram com meninas. Primeiro namorei meninas; depois, passei a me relacionar com garotos. Foi um processo natural. Não gosto de me encaixotar na obrigação de me definir homossexual, bissexual. Gosto muito mais da liberdade de ser, do que da obrigação de definir. Essa é uma frase que tenho usado sempre. Hoje, aos 35 anos, sou feliz com minha identidade. Não me privo dos meus desejos, sejam eles por homens ou por mulheres. Permito que esses desejos aconteçam e, se tiver que ser por homem ou por mulher, que seja bem bonito para mim.


Como os travestis eram tratados em sua cidade natal?
PEREIRA – uma história muito perturbadora da minha infância: Há uma travesti em minha cidade, que mora lá até hoje, chamada Barbosinha. Sempre me disseram que ela tinha uma doença e eu não deveria me aproximar. Era uma espécie de lenda urbana que dizia que a gente não podia ter contato com a Barbosinha. Quando saí da minha cidade, eu era transfóbico. Fui obrigado a não gostar de Barbosinha, a pensar que ela era quase um bicho.  Mas, apesar de eu não ter compreensão sobre sexualidade e identidade de gênero, sentia interesse por esses temas, mesmo sem saber ainda me encaixar. Foi no teatro que compreendi que as pessoas tinham me feito pensar tudo errado.


Você sofreu preconceito no início de sua carreira?
PEREIRA – Sim, por fazer trabalhos para travestis. A classe artística começou a dizer que eu não era era ator, que deveria virar transformista e seguir os passos de minhas colegas nas boates. Mas enfrentei tudo e hoje digo: “Vocês estavam errados”. Hoje, há travestis que trabalham como  funcionárias públicas, são casadas, respeitadas. Claro que ainda existem muitas que são marginalizadas, mas o cenário é bem diferente de quando eu era mais jovem.


Por que você montou a companhia de teatro As Travestidas?
PEREIRA – Estamos num movimento muito bonito rumo à representatividade nas artes cênicas e me considero alguém que, de fato, contribuiu para esse movimento. Há 15 anos, no Ceará, acompanhei muitas amigas artistas largarem o teatro para trabalhar apenas em boates. A construção do meu grupo foi uma luta política, de resistência, para que as meninas voltassem ao  teatro. No grupo, temos três transexuais graduadas em artes cênicas. Somos em 12 integrantes e tem de tudo: hétero, homo, bi,  fluido de gênero, travesti, transexual e transformista.


O que falta para o seu grupo se multiplicar?
PEREIRA – Políticas públicas em defesa das questões LGBT. A área artística está à frente de outros setores. É preciso que as pessoas reconheçam que o Brasil é o país onde se mata mais travesti e trans no mundo. Não há políticas em defesa dessa comunidade. O Brasil se finge democrático e libertário, mas é assassino e violento.


Na TV, você prefere se ver como Elis ou Nonato?
PEREIRA – Me sinto tão feliz de barba quanto de cabelo comprido e usando vestido. O masculino é uma coisa que me interessa, me excita e me deixa feliz. Mas o feminino é algo que me comove, mexe comigo. Me sinto feliz das duas formas. Até uns 30 anos, me sentia confuso sobre a masculinidade, a feminilidade, mas agora transito normalmente. O teatro foi minha terapia e me ajudou intensamente a resolver essas questões.


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Travesti na novela das 9, Silvero Pereira se sente bem como homem ou mulher

Silvero Pereira fala sobre Nonato de A Força do Querer e as questões LGBT (Foto: Globo/Maurício Fidalgo)Silvero Pereira fala sobre Nonato de A Força do Querer e as questões LGBT (Foto: Globo/Maurício Fidalgo)

Silvero Pereira se define como uma pessoa que não gosta de se “encaixotar”. Livre de preconceitos e firme em suas opiniões, ele não deixa que ninguém o coloque para baixo. “Ser chamado de ‘viado’ e ‘traveco’ para mim é motivo de orgulho”, diz ele em entrevsita. Cearense de Mombaça, uma cidade de 50 mil habitantes, o ator de 35 anos – filho de operário e mãe lavadeira – é casado há nove com um dramaturgo, mas teve várias namoradas na adolescência.  


Foi pensando em defender atores transexuais e travestis que Pereira montou a companhia teatral AsTravestidas. Defensor dos direitos da comunidade LGBT, ele acredita que é preciso lutar por leis que defendam a todos: “Se não, vamos acabar revelando que o Brasil se finge democrático e libertário, mas é assassino e violento.”


Como tem sido a repercussão de seu personagem na novela?
SILVERO PEREIRA Faço teatro há 18 anos. Construí uma trajetória artística e política muito importante. Há 15 anos, me dedico às questões LGBT, de travestis, transexuais e transformistas, e  ganhei notoriedade, mas, claro, tudo isso está muito longe do que uma novela das 9 consegue proporcionar. Não consigo mensurar o tamanho disso tudo. Estou em cartaz em São Paulo com a peça “Brtrans“, e, outro dia, andando pela Avenida Paulista, pela primeira vez as pessoas me abordam para falar sobre o Nonato, meu personagem na novela. Nas redes sociais, tenho um Instagram bem ativo e, às vezes, entro ao vivo. Quando isso acontece, sempre aparece uma pessoa que decide me agredir. Reajo politicamente.


O que chama de reagir politicamente?
PEREIRA – Quando tentam me chamar de “viadão”, “traveco”, palavras que podem ser consideradas depreciativas e insultos, eu rebato dizendo que, para mim, elas são motivo de orgulho, adjetivos bem positivos. Esse tipo de atitude faz com que eu acabe levantando essa bandeira para outras pessoas que, no dia a dia, são agredidas e até espancadas. Costumo dizer: “Respondam [às agressões] e se sintam orgulhosas pelo que são”. É muito fácil julgar uma travesti que está na esquina se prostituindo. Mas qual a história dela? Precisamos nos aprofundar nessas questões, sair da superficialidade para entender o que ela sofreu desde criança. Ela está na rua tentando sobreviver.

Leandra Leal e Silvero Pereira na Parada do Orgulho LGBT, neste domingo (18) (Foto: Reprodução Instagram)Leandra Leal e Silvero Pereira na Parada do Orgulho LGBT, neste domingo (18) (Foto: Reprodução Instagram)

Quando decidiu ser ator?
PEREIRA – Minha irmã Cristiana e eu costumávamos brincar de show de calouros. Desde pequeno, gostava de me fantasiar. Trancado no banheiro, me sentia seguro para me expor, pois, sozinho, podia brincar com minhas fantasias. Alguns amigos na infância, principalmente as meninas,  compreendiam minha inclinação para as artes e participavam das minhas invenções. Mas só fui saber o que era teatro quando me mudei para Fortaleza, aos 17 anos. Quando assisti a primeira peça de teatro, descobri o que queria fazer na vida.

Silvero vive a travesti Elis Miranda em A Força do Querer (Foto: Fábio Rocha/TV Globo)Silvero vive a travesti Elis Miranda em A Força do Querer (Foto: Fábio Rocha/TV Globo)

Quando você contou à sua família que era homossexual?
PEREIRA –
Esse sempre foi um assunto difícil de falar com minha família, mas, de maneira natural, eles compreenderam que não podiam exigir de mim questões heteronormativas. Não podiam exigir namoradas, casamento, filhos, algo que eles tentaram  durante minha adolescência. Depois que me reconheci de fato, não permiti que ninguém interferisse em minha construção. 


Você se relacionou com meninas?
PEREIRA – Durante toda a minha adolescência, todas as minha relações foram com meninas. Primeiro namorei meninas; depois, passei a me relacionar com garotos. Foi um processo natural. Não gosto de me encaixotar na obrigação de me definir homossexual, bissexual. Gosto muito mais da liberdade de ser, do que da obrigação de definir. Essa é uma frase que tenho usado sempre. Hoje, aos 35 anos, sou feliz com minha identidade. Não me privo dos meus desejos, sejam eles por homens ou por mulheres. Permito que esses desejos aconteçam e, se tiver que ser por homem ou por mulher, que seja bem bonito para mim.


Como os travestis eram tratados em sua cidade natal?
PEREIRA – uma história muito perturbadora da minha infância: Há uma travesti em minha cidade, que mora lá até hoje, chamada Barbosinha. Sempre me disseram que ela tinha uma doença e eu não deveria me aproximar. Era uma espécie de lenda urbana que dizia que a gente não podia ter contato com a Barbosinha. Quando saí da minha cidade, eu era transfóbico. Fui obrigado a não gostar de Barbosinha, a pensar que ela era quase um bicho.  Mas, apesar de eu não ter compreensão sobre sexualidade e identidade de gênero, sentia interesse por esses temas, mesmo sem saber ainda me encaixar. Foi no teatro que compreendi que as pessoas tinham me feito pensar tudo errado.


Você sofreu preconceito no início de sua carreira?
PEREIRA – Sim, por fazer trabalhos para travestis. A classe artística começou a dizer que eu não era era ator, que deveria virar transformista e seguir os passos de minhas colegas nas boates. Mas enfrentei tudo e hoje digo: “Vocês estavam errados”. Hoje, há travestis que trabalham como  funcionárias públicas, são casadas, respeitadas. Claro que ainda existem muitas que são marginalizadas, mas o cenário é bem diferente de quando eu era mais jovem.


Por que você montou a companhia de teatro As Travestidas?
PEREIRA – Estamos num movimento muito bonito rumo à representatividade nas artes cênicas e me considero alguém que, de fato, contribuiu para esse movimento. Há 15 anos, no Ceará, acompanhei muitas amigas artistas largarem o teatro para trabalhar apenas em boates. A construção do meu grupo foi uma luta política, de resistência, para que as meninas voltassem ao  teatro. No grupo, temos três transexuais graduadas em artes cênicas. Somos em 12 integrantes e tem de tudo: hétero, homo, bi,  fluido de gênero, travesti, transexual e transformista.


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PEREIRA – Políticas públicas em defesa das questões LGBT. A área artística está à frente de outros setores. É preciso que as pessoas reconheçam que o Brasil é o país onde se mata mais travesti e trans no mundo. Não há políticas em defesa dessa comunidade. O Brasil se finge democrático e libertário, mas é assassino e violento.


Na TV, você prefere se ver como Elis ou Nonato?
PEREIRA – Me sinto tão feliz de barba quanto de cabelo comprido e usando vestido. O masculino é uma coisa que me interessa, me excita e me deixa feliz. Mas o feminino é algo que me comove, mexe comigo. Me sinto feliz das duas formas. Até uns 30 anos, me sentia confuso sobre a masculinidade, a feminilidade, mas agora transito normalmente. O teatro foi minha terapia e me ajudou intensamente a resolver essas questões.


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Modelos que correm: conheça as tops que são adeptas da corrida

Modelos que correm (Foto: Reprodução/Instagram)Modelos que correm (Foto: Reprodução/Instagram)

Elas são donas de corpos invejáveis, mas não são musas fitness. São modelos, mas também são atletas. Desfilam por aí com os looks mais cobiçados das passarelas, mas trocam o salto alto por um par de tênis sempre que têm a oportunidade – e, de quebra, inspiram suas seguidoras pelo estilo de vida saudável em meio à rotina intensa da moda.


Izabel Goulart, Pathy Dejesus, Babi Beluco, Renata Kuerten, Isabel Hickmann e Michi Provensi são algumas das tops que se renderam ao universo da corrida seja para manter a forma, seja para manter a mente em equilíbrio. Corredoras que se revezam entre editoriais, desfiles e provas de 5km, 10km, 21km e até mesmo 42km. Em entrevista à Vogue, elas revelam como começaram a correr – e por que decidiram nunca mais parar. Confira o resultado ao longo desta página e run, baby, run!

Izabel Goulart (Foto: Reprodução )Izabel Goulart (Foto: Reprodução )

IZABEL GOULART
Com uma série de provas no currículo – no ano passado, ela correu os 21km da Nike Women Victory Tour e uma série de provas de 10km no Brasil e em Paris, onde mora -, a top é famosa pelo físico e pela disposição de atleta. Dona de um dos corpos mais sarados da indústria fashion, ela é habituée da passarela da Victoria’s Secret, mas se mantém em forma o ano inteiro não por causa do desfile de lingerie, mas sim porque é esportista apaixonada. Da corrida ao pilates, Iza é sem dúvida uma das maiores modelos-corredoras da sua geração.

Babi Beluco (Foto: Reprodução/Instagram)Babi Beluco (Foto: Reprodução/Instagram)

BABI BELUCO
Quando começou a correr? Comecei quando tinha 13 anos – e realmente não gostava!
Por que começou a correr? Meu pai que, além de médico, sempre foi esportista, começou a me desafiar. Eu tinha que acompanhar ele nas corridas diárias e, como nunca fui de levar desafio para casa, mesmo que odiando o tal desafio eu continuei!
O que te motivou a continuar praticando o esporte? Aos poucos eu comecei a ganhar condicionamento, minhas pernas não coçavam mais, o ar passou a fluir e eu comecei a usar aquele tempo para me reconectar comigo mesma. Fui vencendo meus limites de tempos, distâncias e então me apaixonei pela corrida! Claro que, quando comecei a ver no meu corpo o resultado de tudo isso, aí que resolvi que quero correr para sempre…
Já participou/vai participar de alguma prova? Se sim, qual? Participo sempre de provas de 10km e fiz a Meia Maratona do Rio de Janeiro no ano passado, que foi minha segunda prova de 21km. Agora estou sendo acompanhada por uma coach de corrida – tudo para acertar minhas técnicas, já que me preparo para a Maratona de Berlim [uma das mais cobiçadas do mundo!] em setembro. Estou adorando!
 Qual é a sua power song atualmente? Minhas playlists têm que ter batidão, nada de hip hop…
Gosto de música comercial mesmo! Tipo Titanium, do David Guetta, Calvin Harris (risos). Até um funk brasileiro me da um up na corrida!
Qual é o maior benefício que a corrida te traz? São tantos que eu não conseguir viver sem! Meu sono fica muito melhor, a corrida regula a  minha ansiedade… é quase uma terapia, um autoconhecimento. Deixa as pernas bonitas e dá uma secada geral no corpo. Amo também porque me permite comer um pouquinho a mais sem ter peso na consciência!

Michi Provensi (Foto: Reprodução )Michi Provensi (Foto: Reprodução )

MICHI PROVENSI
Quando começou a correr?
Comecei a correr quando viajava muito como modelo e não tinha como me filiar a uma academia – e também porque eu não era fã de academia, sempre gostei mais de esportes outdoor. Correr na esteira, nem pensar.  É um esporte simples de equipamento (nem tanto a passada, pois aprender a correr certo é importante), democrático e barato. Um grande barato, endorfina pura, é só calçar um tênis e criar percursos que te façam feliz.
Por que começou a correr? Porque tinha a pressão de manter a forma no universo das modelos, e correr num bom pace queima qualquer pizza. Além disso, por sentir a necessidade de voar por todas as cidades que conheci. Voando baixo, claro.
O que te motivou a continuar praticando o esporte? Em São Paulo, quem me motivou a continuar correndo foi o Nike Running Club – eles montaram um grupo de influenciadores cheio de amigos, Flávio Samelo, Facundo Guerra, Maga Moura… E foi aí que aprendi a correr mesmo com o nosso treinador, Renan. É incrível o processo de reconhecer  seu corpo e preparar ele certinho pra corrida.
Já participou/vai participar de alguma prova? Se sim, qual? A primeira prova grande que corri na vida foi a São Silvestre, ótima opção pra quem decide passar o ano novo em São Paulo – é muita gente te assistindo e dando apoio. É muito engraçado, me senti uma estrela da corrida [quando participei]. No ano passado, corri a Nike Womans Victory Tour no Rio, meia-maratona só de mulheres pelo circuito da Olimpíada do Rio. A última prova que corri foi a Meia-Maratona de Fernando de Noronha.
Qual é a sua power song atualmente? Ninguém acredita quando falo que corro escutando mantra. A força está nas pernas, a mente tem que estar sempre tranquila.
Qual é o maior benefício que a corrida te traz? O maior benefício é a sensação de liberdade e o contato com a cidade. Eu emagreço muito rápido então não posso correr o tanto que gostaria, mas dá um pique para o dia, alivia qualquer TPM ou dor de cotovelo.

Renata Kuerten (Foto: Reprodução/Instagram)Renata Kuerten (Foto: Reprodução/Instagram)

RENATA KUERTEN
Quando começou a correr? Comecei a correr há um ano, mais ou menos. Mas, nada sério, só em casa mesmo! Recentemente comecei a treinar para correr a Meia Maratona do Rio de Janeiro. Fiz três aulas, só, mas já estou super animada.
Por que começou a correr? A minha agenda é muito conturbada e, muitas vezes, estou em lugares onde não consigo me exercitar na academia, por exemplo. A corrida acaba sendo uma boa saída.
O que te motivou a continuar praticando o esporte? Eu sou uma pessoa saudável, gosto mesmo de cuidar do meu corpo. Acho que esta é a maior motivação para eu praticar qualquer esporte.
Já participou/vai participar de alguma prova? Se sim, qual? Já participei de corridas e caminhadas em prol de alguma causa. Agora, como falei anteriormente, quero correr a Meia Maratona do Rio de Janeiro.
Qual é a sua power song atualmente? Uso o Spotify e ouvir uma playlist chamada GO! Running, com batidas fortes que ajudam a dar aquele ânimo. Também adoro escutar sertanejo enquanto corro.
Qual é o maior benefício que a corrida te traz? Quando corro estou cuidando não só da minha boa forma, mas também da saúde. Este é o maior benefício!

Pathy Dejesus (Foto: Reprodução )Pathy Dejesus (Foto: Reprodução )

PATHY DEJESUS
Quando começou a correr? Na infância. Fiz atletismo, competia nos 100 metros rasos e salto em altura!
Por que começou a correr? Eu amo correr. Comecei na infância, como falei, e nunca mais parei. Cheguei correr 16km nos treinos. Baixei pra 10km e hoje estou mudando meu treino de distância para velocidade. Então corro entre 5km e 6km o mais rápido possível (risos).
O que te motivou a continuar praticando o esporte? Vejo a diferença no meu corpo quando fico uma semana sem praticar nenhum exercício. Descobri que correr me deixa feliz. É o meu jeito de tranquilizar a mente, me divertir e manter a boa forma.
Já participou/vai participar de alguma prova? Já participei de algumas e tenho melhorado minhas marcas! Na última em Noronha fui a 10ª na classificação geral e 1ª na minha categoria. Esse ano ainda não rolou.
Qual é a sua power song atualmente? Desenvolvi uma playlist que me auxilia no ritmo da minha corrida. Então, todas as músicas me dão meu pace correto. Dessas, a minha preferida é Satisfaction, do Dr. Dre.
Qual é o maior benefício que a corrida te traz? Meu bem estar e meu bom humor. Depois vem o físico.

 Isabel Hickmann (Foto: Reprodução/Instagram) Isabel Hickmann (Foto: Reprodução/Instagram)

ISABEL HICKMANN
Quando começou a correr?
Comecei em 2013, há quatro anos aderi a corrida como esporte. No primeiro ano, super iniciante, eu me arriscava  correndo 5, 10, até 20 minutos com  caminhadas intercaladas. Depois de um ano, adquiri gosto pela prática e comecei a levar o esporte mais a sério.
Por que começou a correr? Eu sempre fui zero praticante de esportes durante a adolescência. Educação física, assim como o inglês, eram minhas piores notas! É até engraçado porque são coisas que utilizo MUITO hoje. Completamente leiga, comecei com caminhadas devido uma exigência da minha profissão – o corpo deve sempre estar em dia e, acima de tudo, saudável.
Quando me mudei para Nova York, percebi que lá a corrida era uma coisa muito forte, e isso foi um incentivo para eu aumentar a velocidade na esteira. Assim que comecei a correr, nas academias de NY: primeiro correndo 5 minutos, depois 10, progredindo com o tempo e tomando gosto pela coisa. Hoje em dia, um treino de 5km pra mim é dia de descanso, faço isso com e por prazer.
O que te motivou a continuar praticando o esporte? Depois do incentivo inicial, acho que a continuação com a corrida veio por conta do resultado. Me adaptei no esporte, coisa que sempre tive dificuldades, e vi o reflexo da corrida no meu corpo e na minha mente.  Grande parte da força que tenho hoje devo à corrida, e costumo dizer que ela é um incentivo para a realização das coisas – e não o contrário, como dizem por aí, que precisamos de um incentivo para correr. A corrida foi meu incentivo a parar de fumar, por exemplo. Fui tabagista por 14 anos – muito tempo para uma pessoa com menos de 30 anos – e hoje são 6 meses que larguei este mau hábito. Sou uma pessoa melhor, sinto isso na pele e tudo graças à corrida. Também passei a aprender como melhorar meu desempenho e, ao terminar cada corrid,a percebo o quanto valeu a pena o esforço.
Já participou/vai participar de alguma prova? Se sim, qual? Nunca participei de provas, mas tenho muita vontade. Estou procurando por alguma prova de 15 km que coincida com minha agenda – coisa que é difícil programar -, ou quem sabe arrisco a Meia Maratona de São Paulo, que vai acontecer em abril. Acho que a competição é algo que nos leva ao limite e, com isso, podemos ver onde conseguimos chegar. Por isso acho legal competir e pretendo realizar isso em breve.
Qual é a sua power song atualmente? Ultimamente, Nicolas Jaar tem sido o meu DJ na hora da corrida – ele é um DJ de música eletrônica que tem uma peculiaridade no seu repertório que gosto muito, até me acalma. Pode soar estranho, mas gosto de musicas mais tranquilas quando corro. Tenho escutado com frequência a playlist Nature Sounds (sons da natureza), do Spotify . Corro ao som de passarinhos, cachoeira, trovões. Minha corrida é quase uma meditação, mas mexendo muito o corpo.
Qual é o maior benefício que a corrida te traz? Além dos benefícios físicos, como manter a forma, ganhar força cardíaca e ficar mais disposta, acredito que a corrida tem sido fundamental para diminuir minha ansiedade e me deixar mais focada. É o momento que eu me desligo do mundo. Quando acabo o exercício e ligo a chave do mundo real de novo, parece que tudo fica mais fácil.


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Saiba como as musas das escolas de samba se preparam para o Carnaval

escola-de-samba-3Quitéria Chagas conta como se prepara para o Carnaval (Foto: Divulgação)

O Carnaval ainda parece longe, mas é um fato que as principais musas das escolas de sambas estão trabalhando duro para ficarem com o corpo em dia para desfilarem na Sapucaí. Pode parecer fácil colocar um salto alto e sambar por toda a avenida, mas a verdade é que os destaques do Carnaval carioca passam meses cuidando do corpo, da alimentação e da pele para arrasarem no dia do desfile e fazerem bonito com o samba no pé.

Por isso, Marie Claire revela agora alguns dos principais segredos de beleza das passistas das escolas de samba do Rio de Janeiro, confira:

Quitéria Chagas, Escola Império Serrano
Depois de três anos afastada, Quitéria volta para a Avenida depois de se tornar mãe. Ela, que é estudante de psicologia e doula, chegou a pesar 90kg durante a gravidez, mas perdeu 40kg em um ano e se prepara para fazer o seu retorno na Sapucaí. “Tinha resolvido parar com o Carnaval, mas é uma paixão e depois de ter recebido o convite para voltar, aceitei na hora! Emagreci bastante, estou com meu corpo da adolescência e estou fazendo tratamentos estéticos com a Mara Martins, do Studio Carminati, unindo a musculação e a uma dieta balanceada”.  Dentre os tratamentos escolhidos, estão a radiofrequência e a carboxiterapia, que promove a oxigenação da pele.

Amanda Pinheiro, Estação Primeira de Mangueira
Musa da escola há 3 anos, Amanda alterna exercícios físicos com musculação, além de uma dieta regrada e tratamentos estéticos na Clínica Vidhera. “Gosto de me cuidar, malho e faço dieta com acompanhamento da minha nutri, sempre carrego minha marmitinha com comida para não correr o risco de comer algum alimento que saia da dieta. Amo pegar sol e sempre vou à praia. Estou fazendo tratamentos estéticos na Vidhera e malho todos os dias. Também sou muito vaidosa e toda semana faço hidratação nos cabelos, para os fios ficarem bem lindos para o dia do desfile”.

Raíssa de Oliveira, Beija-Flor
A rainha de bateria da Beija-Flor não dá descanso para os cuidados com o corpo. Ela faz exercícios todos os dias e se preocupa com a sua alimentação sempre. “Eu faço muitos tratamentos estéticos, adoro drenagem, mantas e como sou viciada nesses tratamentos, eu vejo resultado imediato! Eu também sou bem preocupada com a alimentação, mas não privo de comer o que quero. Mas agora a minha dieta está intensa e bem radical. O que me preocupo próximo ao Carnaval é com o bronzeamento, estou fazendo o bronzeamento com fitinha na laje, pois gosto de ficar bem bronzeada”.

A esteticista Cristiane Boneta, dá mais detalhes sobre os tratamentos que Raíssa faz: “Faço massagem modeladora, corrente russa e radiofrequência, para estimular colágeno e manter a pele mais firme. Além disso, a Raíssa também é adepta a uma novidade, a ortodetox, um tratamento que mistura detox e medicina ortomolecular”.

Bianca Salgueiro, Acadêmicos do Salgueiro
Dentre as práticas escolhidas pela musa do Carnaval, estão o spinning e a musculação. Tudo para manter as curvas em forma. “Não faço dieta! Me alimento super bem parar estar disposta e com gás parar encarar a Sapucaí!”, diz ela, que, no entanto, investe em massagens modeladoras, drenagens linfáticas e massoterapia, que ajuda na eliminação da gordura localizada.

Erica Paes, Grande Rio
Prestes a estrear na televisão na novela A Força do Querer, da Globo, a lutadora de MMA alterou um pouco a sua rotina para ser um dos destaques do quinto carro alegórico da escola de samba. “Toda semana faço ultracavitação, endermo, massagem modeladora e drenagem linfática, para redução de medidas para tirar retenção de líquidos e para modelar o corpo”, explica ela.

Além disso, ela alterou bastante a sua alimentação, principalmente porque está longe das lutas e percebeu uma necessidade de prestar mais atenção ao que come. “Atualmente, por estar afastada dos octógonos, e por estar na nova novela meu médico, Dr. Márcio Tannure, e minha nutróloga, Dra. Lia Correia, modificaram minha suplementação e minha alimentação. Há cinco meses sigo a dieta paleolítica”. Além disso, ela preparou toda uma rotina pré-desfile para arrasar na Sapucaí. “Darei tudo de mim para sair campeã. Farei desidratação por dia que é um procedimento de atleta, no qual não tomamos água normal e, sim, água destilada e entrarei na dieta vegana. Entrarei na Marques de Sapucaí da mesma forma que subo no octógono… Focada na vitória!”.

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Terapia: descubra o método ideal pra você!

Cena da série Cena da série “Sessão de Terapia” (Foto: Reprodução)

Qual a terapia mais indicada pra você? Que umas boas sessões com um psicólogo ou terapeuta podem mudar a vida a gente já sabe, mas escolher o tratamento que mais combina pode ser decisivo pra amar ou odiar a experiência. Não basta a indicação da amiga, é preciso entender o que cada método oferece e, principalmente, escolher um bom profissional. “É preciso se sentir confortável para tratar dos assuntos mais íntimos e difíceis, inclusive para falar sobre a própria terapia, caso julgue ser necessário”, explica o psicanalista Luiz Eduardo de Vasconcelos Moreira.



O risco de um tratamento que parece andar bem, de repente travar ou terminar mal sempre existe, por isso é importante que as primeiras sessões sejam usadas pra que o psicoterapeuta e o paciente se avaliem.


“Deve-se considerar que uma psicoterapia se desenrola a médio ou longo prazo, mas isso não deve servir de desculpa para que o paciente fique refém de um tratamento que não traga mudanças em sua vida. Afinal, busca-se terapia porque algo não vai bem”, diz Luiz Eduardo.


Conheça um pouco dos métodos psicoterapêuticos mais utilizados atualmente e veja qual faz mais a sua cara:


Psicanálise 
“Freud explica” se aplica ao método criado pelo médico austríaco. Ele parte do pressuposto de que há algo que a pessoa não percebe e que a atravessa e a define. Trabalha-se com conceitos como inconsciente, transferência, associação livre, interpretação e fantasia, apenas pra citar alguns. Na prática, deixar o paciente falar livremente permite acesso ao que está escondido lá no inconsciente. Isso não significa que o profissional fica o tempo todo calado. Essa postura depende do psicanalista.


Psicologia analítica 
Também conhecida como psicologia jungiana, foi desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung e tem como base os conceitos de arquétipo, inconsciente coletivo e processo de individuação. Aqui, o paciente também é encorajado a falar livremente, mas o profissional interfere se achar necessário para não sair da linha de raciocínio. Além das palavras, a psicologia analítica usa outros tipos de expressões, como desenhos e pinturas, pra acessar o inconsciente.


Gestalt-terapia  
Criado por Frederick Perls na década de 1950, o método busca o aqui e agora em vez de ficar analisando o passado como outros. Gestalt significa “configuração” em alemão, pois se enxerga a pessoa como um todo: corpo, sensações, emoções, pensamentos, sonhos, etc. O sintoma, como a depressão, por exemplo, é visto como um sinal do organismo, que em tratamento será regulado para encontrar a saúde mental.


Terapia comportamental  
Focada no presente e no alívio dos sintomas a curto prazo, o método surgiu nos Estados Unidos com o trabalho de Burrhus Frederic Skinner. Analisa-se a resposta da pessoa frente a um estímulo e, se essa reposta for indesejada, o tratamento busca mudá-la. Por exemplo, se você sempre foge de um relacionamento assim que ele fica sério e isso te faz mal, a terapia vai te ensinar a agir diferente no próximo relacionamento.


Terapia cognitivo-comportamental
Surgiu como uma contestação da terapia comportamental feita pelo psiquiatra americano Aaron Beck na década de 1970. No começo, o método servia apenas pra tratar a depressão, mas mais tarde foi ampliado. A teoria afirma que as pessoas depressivas desenvolvem na infância crenças que as deixam negativas frente aos eventos do dia a dia. Assim, olha-se pras vulnerabilidades e o que as desencadeou pra tentar equilibrar o paciente.


Terapia sistêmica
Aqui, analisa-se como o paciente se relaciona com os sistemas, como a família, a escola e o trabalho. O tratamento busca modificar as respostas automáticas de cada pessoa em uma relação que não está funcionando bem. Por isso, muitas vezes é utilizada para terapia de casal.


Psicodrama
O método nasceu do teatro de improviso. A ideia é realmente encenar situações que realmente aconteceram ou criar outras que podem vir a acontecer. O terapeuta participa da encenação no papel de algum personagem para interagir com o paciente e criar contrapontos às experiências que causam sofrimento. Dali, saem insights e revelações.



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